segunda-feira, 23 de julho de 2012

Lágrimas de Crocodi-Cola


Texto escrito para meus colegas do Banco do Brasil, Agência Caminho do Meio, Natal de 2008
            Lágrimas de Crocodi-Cola
                                                                         Hô...hô...hô...hô...hô...
            Eu era muito pequena quando minha mãe me chamou do quarto, e na beira da cama dela eu a ouvi me pedir: “Se a tua mãe morrer eu quero ser sepultada lá fora, onde meu pai está enterrado”. Eu me escondi pra chorar. Minha mãe não chorou.
            Eu via minha mãe sair pra roça e voltar suja e cansada. Eu nunca vi minha mãe chorar por isso.  
            Seguidamente as panelas eram vazias, sobre o fogão à lenha. Minha mãe não derramava uma lágrima.
            Parecia de pedra, como a talha, que ela enchia com as latas dágua e com os olhos secos.
            Um dia morreu a única vaca de leite. Até meu pai chorou um pouco. A mãe, nada.
            Durante horas, ela cortava lenha a machado. Impassível.
            Lavava roupa todos os dias que minha lembrança guardou registro. Quieta.
            Uma manhã ela estava sentada numa pedra que havia fora da casa, e penteava os longos cabelos, e chorava. Eu era muito pequena e me acheguei entre os joelhos dela pra poder ver melhor. Não perguntei nada, e ela me percebendo, baixou ainda mais a cabeça e soluçou, sem proferir palavra.
            O chão se abriu em baixo dos meus pés.
            Na tarde daquele mesmo dia, o filho do bodegueiro, por solidariedade, veio a cavalo nos trazer um pacote com balas, e então eu soube que aquele dia era um tal de Natal.
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            A Igreja Medieval, corrupta e pervertida, assimilou ritos e costumes dos povos pagãos (não cristãos); a veneração aos santos substituiu o culto aos deuses pagãos, e deram o nome de Maria à estátua de Ísis, e de Jesus à estátua de Hórus, e de Natal, à festa pagã Fiorália, verdadeira suruba grega.
            Com o passar dos anos, o Natal foi sendo incrementado com várias simbologias que lhe foram sendo acrescentadas com o advento do mercantilismo, e mais tarde com a instituição do capitalismo e do incentivo ao consumo desenfreado, a data tem se tornado um engodo para atrair ao consumo, e o povo tem caído feito um pato ( homem ou peru?).
            Um dos ícones acrescentados a tal da festa, representa a imagem de um velho gordo e barrigudo, que foi vestido de vermelho, em torno da década de 30, pela Coca-Cola, para firmar ainda mais sua marca e monopólio em todos as mesas nos diferentes continentes. E parece que deu certo.
            Fez  até minha mãe chorar.
            Passar fome, não fez minha mãe chorar. Cortar lenha, não fez minha mãe chorar; lavar roupa, capinar, não fez minha mãe chorar...Nem a iminência da morte fez minha mãe chorar.
            O engano fez minha mãe chorar.
            A falta de entendimento nos faz chorar. Nos tornamos como um animal irracional, que apesar de deter toda a força, obedece a um freio minúsculo, enfiado boca a baixo.
            Uma mentira criada pela ganância da Igreja Romana, num tempo em que o nosso povo vivia pelado e livre, veio mistificar um velho barrigudo e vestido até os dentes, para um clima que não tem nada a ver conosco.
            Aliás, Natal como nós conhecemos, não tem nada a ver, com coisa alguma.
            No Natal é festejado o nascimento do Senhor Jesus, que nem sabemos ao certo quando foi (porque o importante não é sabermos quando, mas entender o porquê: Ele nasceu para que tivéssemos vida, e vida em abundância).
            A vida abundante que Jesus tem pra nós, é abundância dentro de nós: é paz, amor, misericórdia, justiça, salvação da alma...
            Correr desesperadamente pelos shoppings e pelas revendedoras de automóveis não vai nos trazer abundância de vida. Vai nos trazer um freio mais doído, mas não vida abundante.
            O papado medieval te enganou, e o mercado atual de valore$ tem trabalhado pra ti continuar no engano.
            Vida abundante não se encontra em prateleira. E mesmo que se lá estivesse, não tem com que se pagar.
            O Banco Central não pode emitir cédula que pague a paz que Deus tem pra cada um de nós...  
            Vida abundante só tem Um que pode nos dar, porque É Ele mesmo, que é Jesus. Que é o aniversariante. Que é aquela criança que ao nascer repartiu o tempo em duas eras, e que o único presente de aniversário que nos pediu, foi: “Amai uns aos outros, como eu vos amo”. Porque é de graça.
            Jesus não nos mandou pro shopping. Jesus não nos mandou comprar nada, Jesus mandou darmos do amor que Ele ´deu pra nós, que está em nós, porque Ele jamais pediria aquilo do qual nós já não tivéssemos. Ele nos pede um coração aberto ao seu amor “...e o deserto florescerá como a rosa”, Ele disse. Jesus já sabia que nossos corações, sem Ele, são desérticos e secos.
            Porque Ele é a fonte da verdadeira vida, e por isso jamais faria uma mãe chorar. Jesus jamais faria uma criança chorar.
            Pelo contrário, Ele foi parado pelo pranto de uma viúva em Naim, e se comoveu com a dor de uma mãe Cirofenícia.
            Jesus jamais faria minha mãe chorar.
            Ele tem estado aos pés dos que choram, secando cada lágrima.
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            Desculpe, eu não quero matar os teus sonhos, nem magoar a criança que ainda mora em ti, mas eu preciso te contar uma verdade: o Papai Noel não existe. Ele foi bolado pra pegar teu dinheiro, teu 13°, teu sono e a tua paz.
            O desconhecimento desta verdade tem feito muitas mães chorarem, e a Coca-Cola reinar sobre a mesa daqueles que muitas vezes não conseguem ter o suficiente nem pra pagar a conta da água. E choram.
            Jesus sim, é real, é conosco, e sabe tudo de nós porque nos amou primeiro.
            Ele deve ter chorado ao desabafar: “O meu povo se perde por falta de entendimento”. Se você entender esta verdade, as lágrimas de minha mãe terão valido a pena.
            Não se perca. Pare de viver enganado. Pare de chorar. Não vá pro shopping, vem pra Cristo, você também.

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