Texto escrito para meus colegas do Banco do Brasil,
Agência Caminho do Meio, Natal de 2008
Lágrimas
de Crocodi-Cola
Hô...hô...hô...hô...hô...
Eu
era muito pequena quando minha mãe me chamou do quarto, e na beira da cama dela
eu a ouvi me pedir: “Se a tua mãe morrer eu quero ser sepultada lá fora, onde
meu pai está enterrado”. Eu me escondi pra chorar. Minha mãe não chorou.
Eu
via minha mãe sair pra roça e voltar suja e cansada. Eu nunca vi minha mãe
chorar por isso.
Seguidamente
as panelas eram vazias, sobre o fogão à lenha. Minha mãe não derramava uma
lágrima.
Parecia
de pedra, como a talha, que ela enchia com as latas dágua e com os olhos secos.
Um
dia morreu a única vaca de leite. Até meu pai chorou um pouco. A mãe, nada.
Durante
horas, ela cortava lenha a machado. Impassível.
Lavava
roupa todos os dias que minha lembrança guardou registro. Quieta.
Uma
manhã ela estava sentada numa pedra que havia fora da casa, e penteava os
longos cabelos, e chorava. Eu era muito pequena e me acheguei entre os joelhos
dela pra poder ver melhor. Não perguntei nada, e ela me percebendo, baixou
ainda mais a cabeça e soluçou, sem proferir palavra.
O
chão se abriu em baixo dos meus pés.
Na
tarde daquele mesmo dia, o filho do bodegueiro, por solidariedade, veio a
cavalo nos trazer um pacote com balas, e então eu soube que aquele dia era um
tal de Natal.
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A
Igreja Medieval, corrupta e pervertida, assimilou ritos e costumes dos povos
pagãos (não cristãos); a veneração aos santos substituiu o culto aos deuses
pagãos, e deram o nome de Maria à estátua de Ísis, e de Jesus à estátua de
Hórus, e de Natal, à festa pagã Fiorália, verdadeira suruba grega.
Com
o passar dos anos, o Natal foi sendo incrementado com várias simbologias que
lhe foram sendo acrescentadas com o advento do mercantilismo, e mais tarde com
a instituição do capitalismo e do incentivo ao consumo desenfreado, a data tem
se tornado um engodo para atrair ao consumo, e o povo tem caído feito um pato (
homem ou peru?).
Um
dos ícones acrescentados a tal da festa, representa a imagem de um velho gordo
e barrigudo, que foi vestido de vermelho, em torno da década de 30, pela
Coca-Cola, para firmar ainda mais sua marca e monopólio em todos as mesas nos
diferentes continentes. E parece que deu certo.
Fez até minha mãe chorar.
Passar
fome, não fez minha mãe chorar. Cortar lenha, não fez minha mãe chorar; lavar
roupa, capinar, não fez minha mãe chorar...Nem a iminência da morte fez minha
mãe chorar.
O
engano fez minha mãe chorar.
A
falta de entendimento nos faz chorar. Nos tornamos como um animal irracional,
que apesar de deter toda a força, obedece a um freio minúsculo, enfiado boca a
baixo.
Uma
mentira criada pela ganância da Igreja Romana, num tempo em que o nosso povo
vivia pelado e livre, veio mistificar um velho barrigudo e vestido até os
dentes, para um clima que não tem nada a ver conosco.
Aliás,
Natal como nós conhecemos, não tem nada a ver, com coisa alguma.
No
Natal é festejado o nascimento do Senhor Jesus, que nem sabemos ao certo quando
foi (porque o importante não é sabermos quando, mas entender o porquê: Ele nasceu para que tivéssemos vida, e vida em
abundância).
A
vida abundante que Jesus tem pra nós, é abundância dentro de nós: é paz, amor,
misericórdia, justiça, salvação da alma...
Correr
desesperadamente pelos shoppings e pelas revendedoras de automóveis não vai nos
trazer abundância de vida. Vai nos trazer um freio mais doído, mas não vida
abundante.
O
papado medieval te enganou, e o mercado atual de valore$ tem trabalhado pra ti
continuar no engano.
Vida
abundante não se encontra em
prateleira. E mesmo que se lá estivesse, não tem com que se
pagar.
O
Banco Central não pode emitir cédula que pague a paz que Deus tem pra cada um
de nós...
Vida
abundante só tem Um que pode nos dar, porque É Ele mesmo, que é Jesus. Que é o
aniversariante. Que é aquela criança que ao nascer repartiu o tempo em duas
eras, e que o único presente de aniversário que nos pediu, foi: “Amai uns aos
outros, como eu vos amo”. Porque é de graça.
Jesus
não nos mandou pro shopping. Jesus não nos mandou comprar nada, Jesus mandou
darmos do amor que Ele ´deu pra nós, que está em nós, porque Ele jamais pediria
aquilo do qual nós já não tivéssemos. Ele nos pede um coração aberto ao seu
amor “...e o deserto florescerá como a rosa”, Ele disse. Jesus já sabia que
nossos corações, sem Ele, são desérticos e secos.
Porque
Ele é a fonte da verdadeira vida, e por isso jamais faria uma mãe chorar. Jesus
jamais faria uma criança chorar.
Pelo
contrário, Ele foi parado pelo pranto de uma viúva em Naim, e se comoveu com a
dor de uma mãe Cirofenícia.
Jesus
jamais faria minha mãe chorar.
Ele
tem estado aos pés dos que choram, secando cada lágrima.
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Desculpe,
eu não quero matar os teus sonhos, nem magoar a criança que ainda mora em ti,
mas eu preciso te contar uma verdade: o Papai Noel não existe. Ele foi bolado
pra pegar teu dinheiro, teu 13°, teu sono e a tua paz.
O
desconhecimento desta verdade tem feito muitas mães chorarem, e a Coca-Cola
reinar sobre a mesa daqueles que muitas vezes não conseguem ter o suficiente
nem pra pagar a conta da água. E choram.
Jesus
sim, é real, é conosco, e sabe tudo de nós porque nos amou primeiro.
Ele
deve ter chorado ao desabafar: “O meu povo se perde por falta de entendimento”.
Se você entender esta verdade, as lágrimas de minha mãe terão valido a pena.
Não
se perca. Pare de viver enganado. Pare de chorar. Não vá pro shopping, vem pra
Cristo, você também.
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